domingo, 28 de março de 2010

A rolha!

A rolha!

Essa lei da rolha, andou de boca em boca em toda a Imprensa escrita e audiovisual. Até parecia o fim do mundo, quer dizer, o fim da democracia. Por tudo o que uns e outros diziam, davam-nos a entender, que a ditadura tinha regressado e que a partir de agora, o silêncio reinaria no nosso País.

Ouviram-se disparates do tamanho do mundo. Alguns desses disparates, tinham tanto de imbecilidade como de dissonâncias, sobretudo quando vinham da parte daqueles, que têm como princípio a disciplina de voto, com receio de que as leis anómalas que querem fazer passar, sejam chumbadas pelo seu próprio partido.

Essa disciplina de voto, ela sim, é um entrave e um atentado à liberdade de expressão, que até nos faz lembrar outros tempos e outras mentalidades. Essa sim, é uma verdadeira lei da rolha, que não permite a outros ter uma opinião contrária, à dos cabecilhas (para não dizer, cabeçolas) do partido.

Numa verdadeira cacofonia, até pareciam papagaios a tentar imitar um ser humano. Repetiam todos a mesma coisa. Só se ouviam estas quatro palavras, repetidas com força e convicção. A lei da rolha. Pareciam acreditar naquilo que diziam, mesmo sabendo que nisto da lei da rolha, eles já levavam um grande avanço, sobre o partido que estavam a criticar.

Sócrates, tem o direito de vir a público censurar os jornalistas, de calar vozes que denunciam as maroscas nas quais ele andou metido, de demitir directores de canais de televisão, de tratar os conteúdos dos jornais por lixo e até, de tentar acabar com jornais que não se deixam intimidar pelas suas autênticas ameaças, sem que os outros tenham o direito de o tratar por ditador.

O partido socialista com essa ditadura socrática, faz história na democracia.

Pessoalmente, não aprecio nem simpatizo com nenhum dos partidos representados na AR, mas isso não me impede de ver a realidade. O PSD tem perdido muito, com as suas quezílias e divisões internas. Passa o tempo a discutir as lideranças e nunca escolhe uma pessoa que tenha um apoio mais consistente. Está-se a transformar, num partido de clãs e isso só favorece o PS.

Cada qual tem as suas ideias. Uns puxam para um lado, outros puxam ao contrário e raramente chegam a um consenso.

É por isso, que os líderes de bancada do PS, vêm falar da lei da rolha (quando eles já a u8tilizam há muito tempo), porque sabem que com aquelas medidas no PSD se elas forem avante, o PS de Sócrates e dos seus comparsas, terão muito mais dificuldades, em eventuais e prováveis eleições antecipadas.

O certo, é que um partido que pretende ser alternativa àquele que está no poder, não pode continuar a dividir-se, sobre pena de perder credibilidade aos olhos dos simpatizantes e dos eleitores em geral.

Nestes últimos anos, o PSD tem andado à deriva e parece que vai tudo continuar na mesma.

Se o PSD, não tomar medidas drásticas no sentido de se poder apresentar como um sério candidato ao poder, vai ficar em cacos. Já tem muitas fracturas, mas desfazer-se-á certamente, se não se fixarem objectivos que o levantem, em vez de se disputarem continuamente pela liderança. Quem ganha e ganhará ainda mais com isso, é o PS mas quem perde, é Portugal.

A ambição pessoal só é compreensiva, se for aceite por uma grande maioria. Enquanto houver clãs dentro do partido a dividirem-no, o PSD não irá a lado nenhum.

Para que possam ter algumas hipóteses em eventuais eleições antecipadas, as gentes do PSD, devem deixar-se de disputas e contradições. Devem avançar unidos para esse combate que se adivinha renhido. Como sabem o PCP e o BE, ladram muito contra o Sócrates mas não o mordem. Unem-se nessas alturas e até fazem apelo ao voto útil.

Foi assim que nas últimas legislativas, o PS teve uma maioria relativa, pois que nessas alturas eles deixam de ladrar para combaterem a direita, mesmo que seja de uma forma camuflada.

Criticam-se e até se insultam, mas tudo isso é para a fotografia. Durante as eleições o único adversário deles é, como é óbvio, a direita. O resto, é só comédia ou espectáculo para o inglês ver.

Aliás, se o não tivessem feito, penso sinceramente que o Sócrates teria muito mais dificuldades para ser reeleito.

No meu entender, se o Sócrates ganhou as últimas legislativas, foi por culpa não só do PCP e do BE que se aliaram ao até aí adversário (PS), mas e principalmente, por causa da perda de credibilidade do PSD. As constantes disputas e autênticas desavenças, assim como a branda imagem da líder Ferreira Leite, desgastaram a imagem dum partido que aspira a ser uma alternativa ao poder. À líder faltava-lhe estirpe e sinceramente, se ela tivesse ganho as eleições, não creio que fosse capaz de dirigir o país para o progresso. Era muito inerte e penso que foi uma má escolha do PSD.

Espero que o PSD tenha aprendido a lição e que doravante, nos apresente candidatos mais credíveis e com ideias que realmente nos convença de que está alguém ali, capaz de fazer avançar o País no sentido da prosperidade e da melhoria de vida do nosso, muito martirizado povo.

Eu não tenho confiança em nenhum partido, mas não suporto o cheiro da ala esquerda esquerdista, PCP e BE. Por isso, quando o PS se encosta a esses extremistas e anarquistas, no intuito de vencer uma batalha, eu fico revoltado.

Esses partidos da extrema-esquerda, nunca foram, não são, nem nunca serão democráticos. O que eles tentam, é aproveitar-se da democracia para propagandearem a mentira das suas políticas. Andaram na mesma escola e têm praticamente as mesmas fanáticas e perigosas ideologias.

Por vezes, algumas das suas proposições a serem aceites, levariam Portugal ao suicídio financeiro. Ao colapso!

Quanto à rolha, penso que serve principalmente para proteger o vinho, à condição que esse seja realmente um bom vinho.

Senão, a rolha torna-se um desperdício. É o caso do salário do Sócrates! Um desperdício.

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