Acordo da
Cacografia ortográfica = Traição!
Sexta-Feira 05/11/2010 ± 16h
Acabei de assistir há alguns minutos no canal 2 (RTP2), àquilo que considero bárbaros ataques para com o nosso ainda actual, dicionário de língua portuguesa.
Até aqui, alguns diziam que seriam apenas algumas mudanças. Pequeninas mudanças, que em nada afectariam o nosso vocabulário. Afinal hoje, posso dizer-vos que vai acontecer um verdadeiro atropelo ortográfico, na língua portuguesa. Uma verdadeira hecatombe e a expressão não é exagerada. Uma revolução que nos levará a escrever uma língua desconhecida. Não será o português, o brasileiro, o angolano, o moçambicano, o de São Tomé e Príncipe, o cabo-verdiano, o guineense, Macaense ou Timorense. Será apenas uma trapalhada ou embrulhada. Um crioulo, abrasileirado.
Longe de todos os crioulos falados e escritos; quer no Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné, Macau ou Timor, os colaboracionistas vão-nos querer impingir uma língua subalterna. Uma língua secundária ou inferior. Neste tempo de crise em que nos encontramos despojados de uma simples tanga, vamos também ter que abdicar da nossa língua, porque outros assim o ordenam. A nova presidente do Brasil assim o deseja. Vos désirs, ce sont des ordres Madame! Voilá Madame, vous pouvez continuer a parler le brésilien, quant a nous, nous continuerons a parler notre chér, beaux et incomparable portugais. L`unique. Vous étes satisfaite Madame? Merci beaucoup et au revoir.
Esta situação é análoga, àquela que aconteceu em 1580 e faz-me lembrar esse triste, doloroso e negro episódio da nossa interessantíssima, colossal e descomunal História. Foram sessenta anos de ocupação, que Portugal e o seu estóico povo, sofreu na pele. Esses indivíduos que assinaram o acordo ortográfico com o Brasil, fazem-me lembrar a causa da dinastia dos Filipes espanhóis em Portugal, que durou 60 longos anos, até que os empurramos de novo para Espanha. E essa causa, foi a mesma que agora leva Portugal a escrever uma espécie de crioulo, vindo daqueles que outrora fizeram parte do seu Império.
A traição!
Trair a nossa língua, é trair Portugal. Foi uma traição, esse acordo assinado por colaboracionistas portugueses e que dá uma imagem de submissão e obediência a terceiros. Não se pactua com a nossa língua, escrita ou falada. É nossa propriedade e se quiserem partilhá-la, não nos peçam para a adulterar. Seria um insulto, a Portugal e à sua soberania.
Naquele tempo já havia traidores, mas também éramos compensados com muitos e muitos corajosos Patriotas. Sobre o jugo espanhol, nunca baixamos os braços, mas hoje frente ao Brasil, parece-me que já nenhum herói se levanta.
Algumas dessas mudanças, são mesmo ridículas e insultuosas para a nossa escrita. A maioria dos hífenes desaparecerá da nossa escrita, pois escreveremos tudo pegado. Acontecerá o mesmo com a acentuação grave. Por exemplo: pára, o acento será suprimido e escreveremos apenas para o inglês ver. Os circunflexos ^ também desaparecerão do mapa ortográfico. Óptimo, baptismo, cepticismo e outras mais já não terão o p. Às palavras acção, actualizar, infracção, contracção, convicção e a muitas mais retirar-lhes-ão o c. Uma autêntica razia. Vai ser bonito, ai vai, vai. Isto deve ser tudo para poupar na tinta. Em tempos de crise….
E o pior de tudo nesse programa de informação, que se auto-intitula de; atual em vez de actual, era o desdém que se denotava nas caras, nos olhos, nas palavras e mesmo nos cínicos, idiotas e desprezíveis sorrisos desses Miguéis ou Miguelas de Vasconcelos com a profissão de professores de português, quando comparavam a nossa população, economia e área, com a população, economia e área brasileira. Embora de pequena dimensão populacional, económica e também em superfície, em termos de história, deixamos o Brasil a perda de vista.
A nossa língua, é a língua de um povo com uma fabulosa bagagem histórica, inacessível ao gigantesco Brasil. Temos também a nossa própria cultura, a qual nos é imprescindível e inegociável e assim como o Brasil ou qualquer outro País no mundo, prezamos a nossa independência cultural.
Há um ditado que diz; os homens não se medem aos palmos. Portugal é uma Grandiosa Pátria Mãe e se nós não deixarmos, não serão quaisquer ex-colónias (por muito grandes, ricas ou potentes que sejam), que nos obrigarão a servir de lacaios.
Aquelas e aqueles vendidos que eu ouvi na RTP2 deram-me a entender que hoje em dia, o português que será tido em conta doravante, não será o de Portugal, mas o do Brasil. Diziam que seria utópico, pensar que o minúsculo e derrisório Portugal, alguma vez imporá a sua língua no mundo lusófono. Estavam todos em sintonia. Quando essa espécie de cacografia entrar em vigor, o povo português terá vergado à vontade de uma ex-colónia. Será o mundo virado do avesso. Em 2014, ano em que esse dialecto será obrigatório, eu já não saberei escrever esse português e talvez me considerem analfabeto.
Nasci português, morrerei português. Abdicar da língua portuguesa seria para mim, abdicar de Portugal em como Nação Soberana. Não sou nacionalista, mas sou muito Patriota. Defenderei com veemência, unhas e dentes, a cultura portuguesa donde a língua faz parte integrante. A nossa cultura donde a nossa língua, tem características próprias às quais nenhum português que se preze, deve renunciar. O País dos descobrimentos, não deve ceder às pressões ou chantagens exteriores, vindas duma ex-colónia que se diz irmã de Portugal (imaginem se assim não fosse) e ainda por cima, com o apoio de pessoas nascidas cá, mas que falam tão mal do berço onde nasceram.
São cães que mordem, na mão do País que lhes dá o sustento. Com 67 anos, não aceito de; aprender brasileiro, crioulo, calão nem patuá. Quero o meu português, com as suas características, especificidades e as suas peculiaridades. Foi com estas mesmas, que eu construí um pecúlio cultural, linguístico e intelectual, o qual tento preservar dos ataques dos abutres.
O que se escreve e se fala no Brasil, com o devido respeito, não é português. É antes isso sim, uma salada ou agregado de línguas que se devem ao facto das migrações de portugueses, africanos, espanhóis, italianos e tantos mais, aos quais o Brasil foi adaptando a língua nacional, em vez de pedir ou exigir, que fossem os emigrantes a se adaptarem à língua escrita e falada. O português!
O Brasil descurou a língua nacional e agora deu nisso. Uma língua lusófona com muitas palavras nativas, crioulas e estrangeiras, que com o passar do tempo, cada vez se afasta mais do português de Portugal. Um brasileiro aportuguesado e bastante apimentado de estrangeirismos. Agora querem que estraguemos o português de Portugal, abrasileirando-o.
Se alguém tem que ceder, não somos nós.
Conseguem imaginar os ingleses, a terem que ceder aos norte-americanos, canadianos e australianos? Ou os espanhóis, aos sul-americanos? Impensável!
Só em Portugal, é que se encontram “colaboracionistas” desta espécie.
Indignos de Portugal, sois a minha vergonha. Estais a abastardar e a atraiçoar a nossa cultura, na nossa escrita portuguesa.
Viva Portugal!
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